Em pouquíssimo tempo muita coisa mudou no tabuleiro envolto às eleições de 2022, especialmente no espectro majoritário. A maior guinada de todas, impensável até há pouco, fora a declaração de apoio patrocinada por Hildon Chaves, do PSDB, à pré-campanha de Coronel Marcos Rocha, do União Brasil.
Rocha, obviamente, quer conservar as rédeas do Palácio Rio Madeira, pretensão que se tornaria mais difícil se o ex-mandatário Ivo Cassol, do Progressistas, conseguisse o aval da Justiça para ombrear com ele na disputa.
Como Cassol não obteve o aceno positivo por parte do Supremo (STF), emergiram-se duas bifurcações de mesmo lado ideológico para confrontá-lo na corrida pela sucessão: Léo Moraes, do Podemos, com a irmã de Ivo, a deputada Jaqueline Cassol, do Progressistas; e o senador Marcos Rogério, no PL do morador do Alvorada.
E aí, como o Rondônia Dinâmica já escreveu em editorial, a primeira contenda entre o trio apresentado é pela preferência dessa fatia específica do eleitorado, isto bem antes de enfrentar de fato as urnas em outubro pleiteando o voto do público geral.
Em decorrência desse desejo, dois flancos se escancaram ao Senado Federal a partir do bolsonarismo: Expedito Júnior, aliado de Marcos Rogério; e Mariana Carvalho, a queridinha do Palácio Rio Madeira.
A despeito dos rumores de que tenha saído do tucanato informalmente, no site do Tribunal Regional de Rondônia (TRE/RO) Expedito Júnior ainda é apontado como secretário do Diretório Regional do PSDB; e à frente dele, só Mariana Carvalho, a presidente.
Porém, enquanto a dupla se refugia à sombra do regente da nação e sua trupe, sua legenda, nacionalmente falando, declara guerra retórica abertamente ao governo federal, até porque provavelmente terá candidatura autônoma à Presidência da República ou apoiará alguém anexado à famigerada terceira via.
O PSDB lançou uma nota em suas redes sociais (veja a íntegra abaixo) dizendo que Jair Bolsonaro trata a educação como lidou com “a pandemia. Com desleixo e incompetência. Tragédia diária”.
A manifestação tem ligação com o último escândalo do Ministério da Educação (MEC), que culminou com o desligamento de Milton Ribeiro da pasta.
Paralelamente, Mariana foi ao evento do PL em Brasília endossar Bolsonaro vestida de verde e amarelo; e Expedito Júnior, em stand-by, tem os passos descritos por Marcos Rogério.
Rogério chegou a dizer em entrevista ao Rondoniaovivo que o amigo é bolsonarista, e, pelo projeto, em última instância, se for solicitado pelo presidente o – ainda oficialmente – tucano pode até mesmo abrir mão da eventual candidatura.
Isso denota, no panorama microrregional, o provável esfacelamento local do ninho tucano com a potencial revoada de suas principais lideranças.
Eles têm até sexta-feira, 31, para sacramentarem e debandada de vez ou declararem a data como um novo “Dia do Fico”.