O PCO (Partido da Causa Operária) chamou o ministro do STF Alexandre de Moraes de “ditador” e “skinhead de toga”. O ministro é responsável pelo inquérito das fake news, que tem o partido como um dos alvos.
A sigla se manifestou contra a eleição de Moraes para a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que o torna responsável pelas eleições de 2022.
“O ditador, que declarou que vai cassar o registro da candidatura de quem divulgar ‘notícias falsas’, será a pessoa com maior poder de intervir no processo eleitoral de 2022, uma nova fraude se prepara”, escreveu o partido no Twitter na 4ª feira (15.jun.2022).
Em novo post, na 5ª feira (16.jun), a legenda declarou: “O TSE é apenas um braço do ditatorial STF que existe para impor a vontade da burguesia nas eleições, como fica claro no atual caso de Alexandre de Moraes. O skinhead de toga, que agora preside o tribunal, é o protagonista da nova fraude nas eleições”.
Em seu site, o PCO disse que TSE e STF (Supremo Tribunal Federal) devem ser dissolvidos. O partido argumentou que “ação ditatorial” de Moraes fez com que surgisse uma oportunidade para se debater a existência dos 2 tribunais.
Em 2 de junho, o ministro determinou abertura de inquérito contra o PCO, mandou bloquear os perfis da legenda nas redes sociais e determinou que o presidente da sigla, Rui Costa Pimenta, prestasse depoimento à PF (Polícia Federal) em 5 dias. Eis a íntegra da decisão
Na ocasião, o PCO referiu-se a participação do magistrado em evento do TSE em 31 de maio. O ministro disse que políticos que compartilharem informações falsas poderão ter o registro cassado para as eleições de outubro. De acordo com Moraes, a Justiça estará preparada para combater as “milícias digitais”.
A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) condenou os ataques do PCO ao STF, ao mesmo tempo que se posicionou contra a decisão de Moraes de bloquear os perfis da legenda nas redes sociais. Segundo a associação, a medida representa “censura prévia à liberdade de expressão”.
Em nota, a associação disse ter um “permanente compromisso com a defesa do estado democrático de direito e das instituições democráticas” e, “por isso, discorda da opinião manifestada pelo Partido da Causa Operária”, que defendeu a dissolução do Supremo. Eis a íntegra da nota (2 MB).
A ABI declarou que o bloqueio das contas do PCO nas redes sociais “cerceia a liberdade de expressão, garantida pela Constituição de 1988”.
A nota foi assinada pela Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos da ABI, composta por: Regina Pimenta (SP) (presidente); Alon Feuerwerker (DF), que também é articulista do Poder360; Armando Rollemberg (DF); Carlos Eduardo Lins da Silva (SP); Dojival Vieira dos Santos (SP); Fabio Costa Pinto (BA); Gabriel Romeiro (SP); Ivan Seixas (PR); Leonardo Attuch (SP); Ligya Jobim (RJ); Marcelo Auler (RJ); Moisés Mendes (RS); Paulo Pedron (PR); Roberto Junquilho (ES); Rosayne Macedo (RJ); Rose Nogueira (SP); Rumba Gabriel (RJ); Salomão de Castro (CE); e Xico Teixeira (RJ).
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