Na partida, 1 a 1, com o Corinthians se impondo de forma assustadora no segundo tempo. Nos pênaltis, no entanto, vitória rubro-negra. 6 a 5. Matheus Vital e Fagner desperdiçaram
O Corinthians teve uma atuação excelente, no segundo tempo, no Maracanã. Encurralou o favoritíssimo Flamengo.
Empatou a partida que perdia, por conta de gol de Pedro, graças a Giuliano. Teve chance e deveria ter virado o jogo.
Não virou.
A Copa do Brasil seria decidida nos pênaltis. O Corinthians chegou a ficar na frente, depois de Cássio defender a cobrança de Filipe Luís. Mas Fagner, no travessão e Matheus Vital, por cima, desperdiçaram. Rodinei cobrou com firmeza e garantiu a vitória por 6 a 5. E o Flamengo é tetracampeão.
“Só tenho a agradecer a Deus por me deixar viver esse momento. Miha carreira tinha batido na trave três vezes na Copa do Brasil, coube ser contra o Corinthians, que é uma grande equipe, foi onde comecei, tive parte da história. E dentro do Maracanã, nossa casa, com a Nação não desistindo, todo mundo está de parabéns. Comemorar muito porque foi muito difícil. Viver o Flamengo é um privilégio”, comemorava Everton Ribeiro.
“Nós fomos melhores, mas o futebol não é justo. Demos o nosso máximo, fomos melhores, mas perdemos”, dizia, desgostoso, Giuliano.
Vítor Pereira se viu sem opção, diante da maior técnica do Flamengo, teve de apelar para a tática. Decidiu apostar, transformou Fábio Santos em um terceiro zagueiro. E colocou Lucas Piton na lateral esquerda. Seu sonho era travar a entrada da área, em um típico 3-5-2.
A pretensão era travar a intermediária, evitar o toque de bola rápido, envolvente, fatal do Flamengo.
Dorival Júnior tem o grande mérito na simplicidade. Apostando no talento individual, em uma formação ortodoxa, sem invenções: no 4-4-2. Faz com que seus jogadores atuem como gostam, trocando de posição do meio-campo para a frente. Com os neurônios de Arrascaeta e Everton Ribeiro. Vidal como titular, na vaga do suspenso João Gomes, deixava a equipe mais técnica e menor marcadora sem a bola.
O sonho de Vítor Pereira era conseguir travar e enervar o Flamengo. Fazer com que seu sistema defensivo incomodasse, não deixasse o favorito ao título jogar.
Só que o treinador não contava é que, seu sonho durasse apenas seis minutos.
Aconteceu exatamente o que era previsível e temível. Arrascaeta encontrou Everton Ribeiro, que descobriu Pedro entrando na diagonal da esquerda para o meio da área.
O toque foi mortal, entre Cássio e a trave direita.
Gol do Flamengo, aos seis minutos.
Foi um choque psicológico grande para o Corinthians. Mesmo com um jogador a mais nas intermediárias, a equipe dava espaço para o confiante Flamengo. O time carioca passou a dominar a posse de bola. Chegando a impressionantes 73%.
Mas faltava objetividade. Gabigol estava muito ansioso e egoísta, desejando uma impossível vaga para a Copa do Mundo. O time não aproveitou para ampliar o placar por falhas no último passe.
O Corinthians aos poucos se recuperou.
Mas não tinha profundidade. A única esperança era chutar de longe e insistir, de maneira incompreensível, em cruzamentos para a área. O que foi ótimo para a zaga flamenguista.
Lucas Piton teve uma péssima atuação. Nada fez pela intermediária esquerda.
Estava claro que ele sairia no segundo tempo.
Vítor Pereira não teve outra saída, a não ser apostar no ataque. Colocou Adson na vaga de Piton e o Corinthians voltou a jogar como está acostumado, no 4-4-2. Com as linhas avançadas, sem medo do Flamengo. Afinal, era final da Copa do Brasil, o time não teria outra chance de ser campeão em 2022.
O time paulista começou o segundo tempo pressionando, encurralando o Flamengo no Maracanã lotado. Renato Augusto estava mais perto de Yuri Alberto e Róger Guedes. Além disso, Fagner estava liberado para atuar como ponta direita. A pressão era enorme, mais na força do que na técnica.
Aos 13 minutos aconteceu um lance inacreditável. Adson, que entrou bem demais, cruzou e a bola chegou em Róger Guedes, livre, dentro da pequena área. Ele teve a coragem de desviar de canela por cima do gol de Santos.
Só que o volume de jogo do Corinthians fez com que o Flamengo recuasse, se acovardasse, tentasse, de qualquer maneira segurar o 1 a 0.
Mas era impossível.
Aos 36 minutos, Matheus Vidal cruzou, Fábio Santos desviou, Adson chutou, a bola bateu em Filipe Luís e Giuliano estufou as redes. 1 a 1.
A pressão seguiu, com o Maracanã lotado agoniado.
Mas faltou sorte, capricho, nas finalizações.
1 a 1, muito injusto.
Aí chegou, nervoso, Matheus Vital. Ele bateu muito longe do gol, por cima.
Rodinei, jogador que sofreu demais, com críticas e vaias dos torcedores, cobrou com gosto, o pênalti decisivo.