A atitude do vereador recém empossado Paulão do Esporte (PSDB) contra a vereadora Sol de Verão (União Brasil/Jaru RO) ocorre em pleno mês da Mulher, e aconteceu durante a Sessão Ordinária da Câmara Municipal realizada na noite desta segunda-feira (27). Na ocasião, ela foi bombardeada pelo “colega”, que abertamente a taxou de mentirosa, mal assessorada, e sensacionalista, e ainda menosprezou pessoas que procuraram a parlamentar para denunciar a falta de médicos no Hospital do município.
As agressões verbais em tom inóspito foram feitas logo após Sol de Verão usar a Tribuna para trazer à tona as denúncias feitas por usuários do Sistema Público de Saúde de Jaru, e podem ser enquadradas como violência política de gênero, que passou a ser tipificada como crime em agosto do ano passado quando foi sancionada a Lei n. 14.192 de agosto de 2021.
Em à parte, a vereadora se defendeu e assegurou que “nunca mentiu, em hipótese alguma. E a comunidade também não iria mentir”, e garantiu que esteve na Unidade de Saúde e pessoalmente constatou que “está faltando médico, sim!”.
Os ataques do vereador, que também acusou a parlamentar de usar a Tribuna da Casa para “mentir” em outras situações, foram publicados na rede social da vereadora, e teve grande repercussão com forte apoio dos internautas à Sol de Verão. Além de confirmar as denúncias sobre a falta de médicos, os seguidores revelaram a falta de profissionais também nos Postos de Saúde do município.
Denúncias
“Eu estava hoje no Hospital e presenciei que só havia um médico para atendimento, e que não estava dando conta da demanda. Tanto é que voltei para casa com minha filha sem atendimento”, confirmou Leidiane Lúcia.
“Não só nos Hospitais como nos postos de saúde é um descaso com a população”, reforçou, Thaís Yasmim de Souza.
“Postinhos dos bairros também tá uma vergonha, nem medicamentos que o paciente precisa de uso continuo está tendo. Tomara que a povo acorde. Só quem precisa no SUS sabe o que está acontecendo. Postinho tem quantidade de pacientes a ser atendido chega emergência não pode nem encaixar. Acha que paciente vai lá para marcar ponto. A saúde de Jaru está um caos”, complementou Elaine Vailante.
“Vai lá das 23 horas em diante fiscalizar porque fica só a emergência funcionando. Esses dias atrás levei meu filho com febre e dor, e o médico que estava atendendo foi descansar. Outra mulher passou mal e ele foi embora. Tá uma vergonha a saúde em Jaru”, rechaçou Wagner dos Santos Queiroz.
“Não abaixe a cabeça. Estive na Sessão da Câmara hoje vi você falar o que realmente precisa ser falado. Muitos não têm a coragem de falar e se posicionar. Talvez estejam devendo algum tipo de favor ao Executivo sei lá, não estou afirmando, mas se o vereador está recebendo denúncias ele tem que ir verificar. Parabéns vereadora por defender o povo”, complementou Alex Junior.
Violência de gênero
A violência política de gênero pode ser caracterizada como todo e qualquer ato com o objetivo de excluir a mulher do espaço político, impedir ou restringir seu acesso ou induzi-la a tomar decisões contrárias à sua vontade. As mulheres podem sofrer violência quando concorrem, já eleitas e durante o mandato. Este tipo de violência é considerada uma das causas da sub-representação das mulheres nos parlamentos e espaços de poder e decisão e prejudica a democracia.
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