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Babosa: 10 motivos para apostar nas propriedades medicinais da Aloe vera

Por Carol Firmino (Colaboração para VivaBem)

Cremes hidratantes, sabonetes, géis de limpeza e, o essencial nos nossos dias, álcool em gel, são alguns dos produtos que costumam trazer a Aloe vera em sua composição. Uma das preferidas de Cleópatra, ficou conhecida no Egito como planta da imortalidade, por ser especial nos cuidados com a pele e os cabelos.

No entanto, além de ser importante para a cosmetologia, as propriedades medicinais da Aloe vera são igualmente poderosas. Ela é considerada antimicrobiana, antiviral, antiinflamatória e mais.

Aloe vera ou babosa?

Babosa é o nome popular que damos a essa planta herbácea, que cresce em qualquer tipo de solo, mas se adapta melhor aos terrenos leves e arenosos. Ela pertence à família Aloaceae, que inclui cerca de 15 gêneros e 800 espécies.

Não exige muita água, suas folhas são verdes, grossas, suculentas e medem de 30 a 60 centímetros de comprimento, com flores vistosas de tonalidade branca e amarelada.

Propriedades medicinais

As folhas da Aloe vera podem ser divididas em três partes: a primeira é o látex, suco extraído da porção externa; a segunda é a central, gelatinosa, que se constituiu de água, polissacarídeos, além de outros 70 componentes, tais como vitaminas A, B, C e E, cálcio, potássio, magnésio, zinco, aminoácidos, enzimas e carboidratos com polissacarídeos; e, por fim, a terceira é a cutícula, também externa.

Diante dessa composição, o que mais influencia na qualidade e no efeito final do uso são os cuidados na extração dos princípios ativos, assim como seu processamento e armazenagem. Mas, afinal, por que a Aloe vera é tão potente?

Reparação da pele

Constituída de 96% de água e 4% de moléculas de carboidratos, traz consigo a capacidade de penetrar profundamente nas três camadas de pele (derme, epiderme e hipoderme). O gel obtido no corte da folha ajuda a:

– Restituir os líquidos perdidos e reparar os tecidos de dentro para fora nas queimaduras – de sol ou de fogo;

– Agir sobre fissuras, cortes, ralados ou quaisquer outras perdas de tecidos, acelerando a cicatrização. Seus efeitos antiviral, antibacteriano e antisséptico auxiliam ainda no tratamento do herpes simples, herpes zoster e da candidíase;

– Por meio dos polissacarídeos ricos em hidrogênio, estimula a produção de colágeno;

– Segundo um estudo publicado no Iranian Journal of Medical Sciences, a Aloe vera consegue reter a umidade e integridade da pele, ajudando a combater úlceras.

Melhora da articulação, da elasticidade e da flexibilidade do corpo

A presença de polissacarídeos diminui os efeitos do envelhecimento da pele, então:

– Contribui para rejuvenescer as articulações e tratar bursite, tendinite e artrite reumatoide, uma doença autoimune que faz com que o sistema imunológico ataque seus próprios tecidos. Por ajudar a controlar a inflamação dos locais mais afetados, que são pulso e dedos, amenizam o desconforto;

– Já o enxofre presente na composição hidrata o tecido corporal e age contra o enrijecimento dos órgãos.

Favorece a saúde bucal

Uma pesquisa de 2015, disponível no Journal of Pharmacy & BioAllied Sciences mostrou que:

– A planta tem efeitos benéficos nos tratamentos de vários problemas odontológicos, entre eles estomatite aftosa, gengivite e periodontite. Além disso, o gel dentário produzido com a planta se mostrou mais eficaz no controle de bactérias que causam cáries.

Combate da depressão

Outro estudo mais recente sobre a planta, publicado em abril de 2020, avaliou o efeito do pó de extrato de Aloe vera em pessoas em situação de pré-diabetes que estavam depressivas.

Nele, 72 pessoas foram divididas em três grupos, dois tratados com quantidades diferentes do extrato (300mg e 500mg) e o terceiro com placebo. Os resultados indicaram que, em oito semanas, é possível reduzir significativamente os escores médios de depressão naqueles em que foram administradas 500mg do pó.

Possível aliada contra o câncer

Não há um consenso sobre os benefícios da planta nos tratamentos oncológicos. O que existem são cientistas dedicados a buscar alternativas para potencializar prevenções e curas.

Os resultados de uma pesquisa publicada no Jornal da Ásia-Pacífico de Prevenção do Câncer em 2015, defendem que a Aloe vera pode agir na inibição do crescimento de células cancerígenas, além de aumentar a eficácia terapêutica de drogas certas convencionais.

Controle da diabetes

Segundo estudo realizado na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), existe um indicativo de efeito hipoglicemiante, em que a ação dos antioxidantes da Aloe vera ajudaria a reduzir a glicemia e regular a absorção de insulina pelo organismo.

Outra potencialidade medicinal se dá na prevenção do pé diabético, doença que causa perda da sensibilidade nos pés e que acontece em função de danos nos nervos. Com o uso de pomadas e géis os riscos podem diminuir.

Ingestão oral e contraindicações

Por mais que bebidas com Aloe vera sejam comercializadas em outros países, no Brasil, desde 2011, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a venda de produtos com a planta para consumo alimentar, por não haver evidências científicas suficientes que comprovem a segurança desse uso.

Mesmo assim, existem nutricionistas que entendem ser possível ingerir o suco de babosa, desde que se tenha todos os cuidados com o seu manuseio. Isso porque ela possui antraquinonas, compostos tóxicos de efeito laxante e que podem causar irritação no intestino.

Essa substância fica no látex das folhas e na camada amarela logo abaixo delas, por isso é necessário retirá-las antes de preparar o suco. No caso de gestantes, a ação laxativa pode provocar contração uterina.

Os profissionais que defendem a ingestão do suco destacam seus benefícios ao sistema imunológico, estímulo da secreção de enzimas digestivas, neutralização dos ácidos do estômago, alívio da prisão de ventre e perda de peso. Não use sem recomendação médica ou nutricional.

Fontes: Carla Aparecida Pedriali Moraes, docente de pós-graduação do curso Estética e Cosmética do Centro Universitário Senac (Santo Amaro) e doutora em fármacos e medicamentos na área de produção e controle farmacêuticos (cosméticos) da USP (Universidade de São Paulo); Flávia Rosalba, dermatologista do Hospital Hora Certa Campo Limpo, gerenciado pelo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim); Jamar Tejada, farmacêutico naturopata graduado pela Universidade Luterana do Brasil (RS) com pós-graduação em ciências homeopáticas pelas Faculdades Associadas de Ciências da Saúde, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP); e Paulo Lessa, médico e proprietário do Instituto Lessa.

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