Do plantio à mesa dos consumidores, o milho sofre com o ataque de inimigos mortais. De abril a julho, período da segunda safra do grão – a chamada “safrinha” ou “safra de inverno” – não é diferente. Por isso, o manejo das pragas é essencial para garantir o abastecimento de um produto agrícola tão importante para a economia e, também, para as tradicionais festas juninas e julinas.
“Entre os insetos que afetam o cultivo da safrinha do milho estão a larva-alfinete (Diabrotica speciosa), que pode gerar perdas de, até 70% da plantação, e a lagarta-cartucho (Spodoptera frugiperda), cuja infestação compromete 50% da produtividade”, afirma Eliane Kay, diretora executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).
A lista de pragas que colocam em risco bolos, pães, pamonha, sorvete e até sucos não pára por aí. Outras duas espécies de lagartas, a elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e a das folhas (Spodoptera eridania), além de uma larva, a angorá (Astylus variegatus), afetam o cultivo do milho e exigem extremo cuidado, que não acaba após a colheita.
“Durante o armazenamento, o milho ainda sofre com os ataques, principalmente, do gorgulho (Sitophilus oryzae), inseto de 2,5 milímetros que consegue depositar até 400 ovos dentro dos grãos durante seus cerca de 30 dias de vida. Infestação nesse ambiente impede o consumo e pode causar a perda de toda a produção armazenada”, alerta Eliane.
Esse prejuízo seria gigantesco. Afinal, a “safrinha” representa o triplo da produção da safra principal, cultivada no verão. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, a produção foi de 77,4 milhões de toneladas de milho na segunda safra, enquanto a primeira contabilizou 26,6 milhões de toneladas.
“A ciência tem sido o caminho para evitar a produção de milho se perca. Por meio de pesquisas altamente qualificadas, a indústria de defesa vegetal tem desenvolvido moléculas capazes de conter o ataque de insetos sem prejudicar a lavoura e o meio ambiente, além da segurança do alimento para a população”, comenta a diretora do Sindiveg.
Esses produtos fitossanitários são avaliados, reavaliados e testados em processos longos por órgãos independentes, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que o consumidor tenha acesso a alimentos de qualidade e em abundância – “afinal, maior disponibilidade significa preço mais acessíveis”, finaliza Eliane Kay.
Sobre o Sindiveg
O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) representa a indústria de produtos para defesa vegetal no Brasil há mais de 80 anos. Reúne 26 associadas, distribuídas pelos diversos Estados do País, o que representa aproximadamente 40% do setor. Com o objetivo de defender, proteger e fomentar o setor, o Sindiveg atua junto aos órgãos governamentais e entidades de classe da indústria e do agronegócio pelo benefício da cadeia nacional de produção de alimentos e matérias-primas. Entre suas principais atribuições estão as relações institucionais, com foco em um marco regulatório previsível, transparente e baseado em ciência, e a representação legitima do setor com base em dados econômicos e informações estatísticas. A entidade também atua fortemente para promover o uso correto e seguro, levando conhecimento e educação aos produtores e respeitando meio ambiente, leis e normas. Para mais informações, acesse www.sindiveg.org.br.
Rafael Iglesias/Texto Comunicação