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Criança de 5 anos é queimada viva com permissão da mãe durante ritual de evocação e incorporação de espíritos em MG

Os avós, tia e mãe de uma criança de 5 anos, que morreu queimada em 24 de março em Frutal, interior de Minas Gerais, foram presos em Frutal pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (20), acusados de homicídio durante ritual de evocação e incorporação de espíritos.

Além deles, um líder espiritual também foi preso durante a operação, batizada de “Incorporação da Verdade”.

Também foram cumpridos 2 mandados de busca e apreensão. Celulares e documentos foram apreendidos.

De acordo com a Polícia Civil, inicialmente, a versão apresentada era de acidente doméstico, envolvendo álcool e churrasqueira. No entanto, as investigações apontaram para a participação da criança em um ritual espiritual.

Ainda segundo a investigação, o líder espiritual teria jogado álcool com ervas no corpo da criança e depois ateado fogo usando uma vela, queimando ela viva. Os avós, a tia e a criança teriam presenciado e participado do ritual.

O fogo queimou quase 100% do corpo da criança. Após a prisão, a Polícia Civil encaminhou os suspeitos para a delegacia para interrogatório.

A Polícia Civil deverá realizar a reconstituição do crime que resultou na morte de uma criança de 5 anos. A data para reconstituição do caso ainda não foi marcada.

A informação é do delegado Murilo Cesar Antonini, que divulgou um vídeo sobre alguns detalhes da investigação.

Antonini afirmou que, primeiramente, foi informado que havia ocorrido um acidente doméstico, envolvendo churrasqueira e álcool no dia 23 de março. A criança teve 100% do corpo queimado e, devido à gravidade dos ferimentos, ela morreu no dia seguinte.

Porém, o pai da criança estranhou o comportamento da mãe, da tia e dos avós, além da presença de um guia espiritual no local.

“Descartamos a hipótese de acidente doméstico e instauramos o inquérito para apurar um homicídio culposo. Porém, ao longo da investigação foram ouvidas testemunhas, os médicos que atenderam a vítima e também foram juntados laudos policiais. Com esses elementos, concluímos que não houve acidente doméstico e tampouco homicídio culposo, mas sim, homicídio doloso”, explicou.

A partir daí, a Polícia Civil representou pela prisão da mãe, dos avós e do guia espiritual e deflagrou a Operação “Invocação da Verdade”.

Na ação, além dos cinco mandados de prisão temporária contra os suspeitos, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, sendo apreendidos celulares, documentos e outros materiais que podem auxiliar nas investigações.

“Descobriu-se que a criança teria sido queimada durante um ritual de evocação e incorporação de espíritos. Ela teria sido banhada com álcool, misturado com ervas e uma vela acessa foi aproximada do seu corpo, fazendo com que ela fosse queimada viva”, completou Antonini.

Após a conclusão do inquérito, com possível indiciamento dos suspeitos por homicídio doloso qualificado – quando há intenção de matar – ele será remetido à Justiça.

Fonte: G1 MG

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