O impacto dos preços das passagens aéreas sobre a inflação já preocupa o governo. O componente pressionou o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de dezembro. Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o índice de preços foi impactado principalmente pelos bilhetes vendidos pelas companhias aéreas. “O que está nos preocupando em relação ao IPCA é um item, que são as passagens aéreas. Elas cresceram 65% nos últimos quatro meses. Já estavam caras e ainda aumentaram 65%. Está impactando o IPCA. Não é uma inflação que afeta de maneira uniforme toda a sociedade, mas afeta efetivamente quem faz uso desse meio de transporte. Não sei quanto os 65% impactam no IPCA, mas não é de se desconsiderar. É pesado. Isso inspira muito cuidado”, afirmou o ministro.
No último mês de 2023, o IPCA-15 acelerou 0,40%, e ficou acima das previsões realizadas pelo mercado financeiro de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2023, o resultado do índice foi de 4,72%, 1,47% acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que estipulou em 3,25% para este ano, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, o limite tolerado para a inflação em 2023 é de 4,75% e não foi ultrapassado. Comparando com o ano anterior, a diminuição foi de 0,12%, em dezembro de 2022 o IPCA-15 registrou alta de 0,52% e no acumulado do ano a prévia havia sido de 5,90%. Entre os nove grupos pesquisados pelo IBGE, sete registraram alta em dezembro, sendo que o maior impacto veio do setor de transportes, com a variação 0,77%, a passagem aérea contribuiu para este aumento resultado, que subiu 9,02% e teve o maior impacto individual no índice do mês (0,09 p.p.). O segundo maior impacto foi do grupo de alimentação e bebidas, que registrou alta de 0,54% e 0,12 p.p.
(Jovem Pan)