Residentes na região Norte do país devem esperar pelo menos seis meses fora de seu estado de origem para se tornarem aptos a doar sangue, conforme informado pela Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Rondônia (Fhemeron). Esta medida faz parte de um protocolo e é uma das restrições temporárias estabelecidas pela Portaria 158 do Ministério da Saúde.
A inaptidão temporária para doação é verificada durante uma triagem clínica, onde o doador deve informar se esteve em uma região endêmica nos últimos 12 meses. Apesar de estar em vigor desde 2016, muitas pessoas desconhecem essa restrição.
Esse foi o caso de uma jovem de 21 anos, nascida em Porto Velho, que não pôde doar sangue em São Paulo, onde reside atualmente, porque visitou sua cidade natal nos últimos 12 meses.
Segundo a jovem, todos os pré-requisitos para a doação estavam em conformidade, como peso acima de 50 kg, ausência de comorbidades e exames em dia, sem alterações. No entanto, ao mencionar que esteve em Rondônia em julho de 2023, foi impedida de doar.
Ela ficou surpresa por desconhecer essa restrição, já que na região Norte a população pode doar sangue normalmente, desde que atendam às exigências previstas.
“Me senti discriminada, achei muito estranho. Entendo que seja uma região endêmica de malária, mas se eles [enfermeiros] tirarem uma amostra do meu sangue e verificarem que está tudo bem, estariam comprovando que não estou com malária e nem nunca tive”, disse a jovem.