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Janeiro Verde: mês de prevenção ao Câncer de Colo de Útero

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 17 mil novos casos da doença devem ser diagnosticados em 2023, ou 13,25 casos para cada 100 mil mulheres
Getty Images/iStockphoto

Neste início de ano, temos o janeiro verde, o mês de prevenção ao câncer de colo de útero. O objetivo é ampliar o conhecimento da população brasileira sobre um dos principais tipos de câncer no Brasil entre as mulheres, que é prevenível, diagnosticável e, principalmente, curável na grande maioria dos casos em que é descoberto precocemente. Trata-se do câncer de colo do útero, também chamado de câncer cervical.

Excluídos os tumores de tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 17 mil novos casos da doença devem ser diagnosticados em 2023, ou 13,25 casos para cada 100 mil mulheres. A mortalidade deste tipo de câncer também é alta, mas pouco a pouco vem sendo reduzida, o que é muito positivo.

Ainda assim, é preciso destacar as medidas preventivas e a importância do rastreamento da doença, para que possa ser diagnosticada precocemente, trazendo mais chances de cura e reduzindo ainda mais as taxas de mortalidade.

O câncer de colo de útero

Segundo o Dr. Alexandre Rossi, médico ginecologista e obstetra, responsável pelo ambulatório de Ginecologia Geral do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros e médico colaborador de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, o câncer de colo de útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV.

“Na maioria das vezes, o HPV não causa doença, mas em outros, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações podem ser descobertas facilmente no exame preventivo, o citopatológico do colo do útero, também conhecido como Papanicolau”, explica.

Diagnosticado precocemente, a cura é possível na quase totalidade dos casos.

Por este motivo, as consultas regulares ao médico ginecologista e a realização dos exames, conforme sua orientação, são tão importantes.

Segundo o especialista, cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas devem adquirir o Papilomavírus Humano em algum momento de suas vidas. Nem todas elas, no entanto, desenvolverão o câncer cervical uterino. Na maioria das vezes, a infecção será transitória e regredirá espontaneamente.

“O importante é que aquela minoria que terá a infecção persiste, causada por um subtipo viral oncogênico, com consequente desenvolvimento de lesões precursoras, possam ser diagnosticadas e tratadas a tempo”.

Prevenção do câncer do colo do útero

A transmissão da infecção pelo HPV ocorre por via sexual. Assim, o uso de preservativos (camisinha) durante a relação sexual com penetração é uma excelente forma de prevenção contra esta e diversas outras infecções sexualmente transmissíveis.

Além disso, também está disponível a vacina tetravalente contra o HPV para meninas e meninos. Esta vacina protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.

As meninas devem ser vacinadas com idade entre 9 e 14 anos e os meninos entre 11 e 14 anos, pois a vacina é mais eficaz se realizada antes do início da vida sexual. Devem ser tomadas duas doses, com intervalo de seis meses.

É importante destacar que mesmo as mulheres vacinadas devem realizar as consultas e exames preventivos regularmente, pois a vacina não protege contra todos os subtipos oncogênicos do HPV.

Diagnóstico precoce

O exame citopatológico (exame de Papanicolau) deve ser realizado por todas as mulheres ou pessoas com colo do útero e sexualmente ativas, especialmente na faixa etária de 25 a 64 anos.

A rotina recomendada para o rastreamento no Brasil é a repetição do exame Papanicolau a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano, ou conforme a orientação do seu médico.

Mulheres portadoras do vírus HIV, imunodeprimidas ou outras, em razão de apresentar defesa imunológica reduzida e, podem ser orientadas a realizar um rastreamento mais frequente.

Tratamento

O diagnóstico precoce e tratamento das lesões precursoras é fundamental para a redução da incidência e mortalidade pelo câncer do colo uterino.

A confirmação do diagnóstico é feita por meio de exames laboratoriais e o tratamento dependerá da extensão, grau das lesões e estado geral de saúde da paciente, podendo incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

Redação SGC

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