Trajetória foi construída com luta e auxiliando no crescimento do estado
Pioneiros e visionários em Rondônia, a família Cassol tem muito para contar sobre sua história e auxílio no desenvolvimento do estado. Impossível citar os familiares sem dar protagonismo a um dos maiores símbolos da imigração rondoniense: Reditário Cassol, o patriarca que completou 86 anos de idade em 2022.
Quem sempre esteve ao lado de Reditário foi a dona Elga Bergamin Cassol, primeira esposa e mãe de seus 6 filhos: Dalva Rosali, Ivo Narciso, César Antônio, Darcila Teresinha, Danise Rosani e Dirlaine Jaqueline. Para todos, uma mulher forte e guerreira que nunca deixou de batalhar pela família.
“A minha mãe é uma mulher que é um exemplo de superação pra gente. É uma mulher determinada, firme, aguerrida que acreditou no sonho do meu pai. E juntos aos seis filhos, caminhavam cerca de 80 quilômetros com cacaio nas costas (saco de viagem, preso por baixo dos braços e pendurado nas costas) saindo de Pimenta Bueno até a fazenda”, descreve Jaqueline Cassol.
Reditário também é pai de Victor Cassol e Vinícius Cassol, e atualmente é casado com Lídia Cassol. Já dona Elga constituiu união com Laurindo Pertuzzati.
IMIGRAÇÃO – O catarinense era homem de confiança do governador Jorge Teixeira de Oliveira (Teixeirão) em Rondônia. Chegou no estado na década de 70 para comprar terras. Após várias viagens ao antigo Território Federal decidiu se mudar de vez com a família, para a linha 45, que faz parte da cidade de Santa Luzia D’Oeste.
A família morou em Vilhena, em um pequeno hotel arrendado, que servia de parada para caminhoneiros e ônibus. Ao mesmo tempo, com um caminhão Ford, Reditário transportava madeira da região de Colorado do Oeste para o comércio. O filho, Ivo Cassol, aos 18 anos de idade, desbravou com os irmãos: Dalva, César, Darcila, Denise e Jaqueline, a região da Zona da Mata, onde iniciaram os negócios.
EMPREENDEDORES – Por volta de 1977, César, o segundo filho de Reditário Cassol, percorria a pé cerca de 80 quilômetros com o pai, para abrir trilhas e áreas na floresta onde foi construída a fazenda da família. Uma jornada que era feita na companhia de dona Elga, que caminhava no sol forte carregando cacaio nas costas.
Visionário, o patriarca da família Cassol trabalhava com madeira, quando não havia muitas regras ambientais, e comprava o que os agricultores derrubavam.
“Não havia dinheiro, mas existia crédito. No final de 1979 adquirimos máquinas do Paraná e instalamos a madeireira. Implantamos também uma fábrica de móveis que a gente levava para exportação. Trabalhávamos desde às 6h da manhã de segunda-feira, parando só no sábado, às 5h da tarde. Madeira de primeira categoria era que nem ouro”, lembra Reditário, durante entrevista para publicação da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO).
Com a crise energética na época, a família Cassol percebeu uma grande oportunidade e mudaram de ramo. Apostaram na geração e distribuição de energia elétrica por meio de pequenas centrais hidrelétricas. A primeira, em 1989, foi em Santa Luzia e até hoje as empresas são mantidas pelos filhos.
NOVAS CIDADES – Em 1979 com o surgimento de assentamentos de agricultores vindos de vários lugares do país, Reditário assumiu o distrito de Colorado do Oeste e depois implantou o município de Cerejeiras em acordo com o governador da época, Jorge Teixeira. Depois, veio Cabixi, que era uma região de floresta fechada.
“Nós fizemos a cidade dentro da própria mata, e não levou muitos anos também virou município, que é de minha autoria. Com o tempo, implantamos também a cidade de Corumbiara, distrito de Planalto São Luiz”, disse.
Reditário fez a organização demográfica e política da região conhecida hoje como Cone Sul. Foi onde abriu estradas em mutirão, com ajuda de agricultores de assentamentos em um tempo que o Incra estava sucateado.
POLÍTICA – O patriarca construiu uma forte trajetória política entre 1979 e 2018. Foi nomeado administrador de Colorado do Oeste, elegeu-se deputado estadual, onde criou 19 municípios na década de 1990. Foi deputado federal entre 1991 e 1994 e senador da república. Também atuou como superintendente do governo de Rondônia em Brasília (DF), quando seu filho, Ivo Cassol, foi governador.
“Importante foi que o estado cresceu e o desenvolvimento veio, vieram outras indústrias e assim progrediu”, lembra ele.
Reditário diz que Ivo Cassol, em oito anos de mandato de governador, colocou a agricultura no patamar internacional. Os filhos sempre tiveram vida política: César Cassol foi prefeito de Santa Luzia (1989/1992) e deputado estadual por duas legislaturas (1995/1998 e 1998/2002). Em 2013, César elegeu-se prefeito de Rolim de Moura. Alta Floresta foi administrada pela filha: Darcila Cassol, conhecida como Nêga (2001-2004).
Já em 1992, Ivo Cassol concorreu ao cargo de prefeito de Rolim de Moura, mas foi impugnado dez dias antes das eleições. Quatro anos depois, em 1996 se elegeu para o quadriênio 1996/2000, reeleito para o quadriênio 2001/2004, renunciando em 2002 para concorrer ao governo de Rondônia. Venceu as eleições de 2002 e se reelegeu em 2006.
Em 2010 elegeu-se senador da república, com o pai suplente. Reditário também foi vereador por dois mandatos em Maravilha (SC), administrador de Colorado do Oeste, deputado estadual, federal e senador da República.
O DNA político foi herdado pelos filhos. A filha Jaqueline Cassol é deputada federal, eleita em 2019 e pré-candidata ao cargo de senadora da República.
De acordo com Jaqueline, um dos exemplos de união da família era o trabalho em conjunto. “A família toda, os seis filhos trabalhávamos incansavelmente. Todo mundo colocava literalmente a mão na massa. Ajudava nos empreendimentos, fazia serviços de casa. Dessa forma a família unida, cresceu com muita luta e muito suor e determinação sem perder a essência e as raízes”, diz Jaqueline.
“Sempre primando por ‘palavra dada é palavra cumprida’. Mantendo o nome da família, a seriedade, a credibilidade acima de tudo. E com muito esforço e muita luta, conseguimos vencer. E graças aos nossos pais, hoje estamos bem, podendo comemorar neste dia 20 de maio de 2022 os 45 anos que estamos em Rondônia”, disse a deputada.
Fonte: Assessoria de Imprensa