Durante três dias intensos, de 25 a 27 de maio, o Departamento de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Rondônia (Unir), o Programa de Mestrado Profissional Interdisciplinar em Direitos Humanos e a Escola da Magistratura de Rondônia se uniram em uma parceria histórica para sediar o 1º Simpósio de Direitos da Pessoa Autista. O evento, que aconteceu no auditório do Tribunal de Justiça do estado, contou com a presença de profissionais, pais e mães atípicos, além de autoridades jurídicas, teve como objetivo central debater a garantia dos direitos e a inclusão plena das pessoas autistas na sociedade.
Durante as três intensas jornadas de discussões, o simpósio reuniu diversos especialistas renomados no campo do autismo, como psicólogos, psiquiatras, pedagogos, advogados e profissionais da área da saúde. O evento foi marcado por palestras enriquecedoras, mesas-redondas e apresentação de temas relevantes relacionados ao autismo e aos direitos da pessoa autista. Além disso, pais e mães de pessoas autistas trouxeram suas experiências pessoais e compartilharam desafios e conquistas na criação e no cuidado de seus filhos.
O 1º Simpósio de Direitos da Pessoa Autista marcou um passo significativo rumo à conscientização e efetivação dos direitos da pessoa autista. A iniciativa de promover esse evento pioneiro evidencia a preocupação crescente com a inclusão e a igualdade de oportunidades para essa parcela da população. Espera-se que as discussões e as propostas apresentadas no simpósio possam gerar impactos positivos na sociedade, conduzindo a mudanças reais e duradouras para as pessoas autistas e suas famílias.
Dentre os pontos destacados durante o simpósio, um dos principais foi a importância da educação inclusiva. Os participantes ressaltaram a necessidade de promover adaptações nas escolas e nas políticas educacionais, visando proporcionar um ambiente acolhedor e adequado para o desenvolvimento das habilidades das pessoas autistas. Foram discutidas estratégias pedagógicas inclusivas, capacitação de professores e a importância da participação da família no processo educacional.
DIAGNÓSTICO PRECOCE – Outro tema abordado foi o acesso à saúde. Foi ressaltada a importância de garantir o diagnóstico precoce do autismo, permitindo intervenções e apoio adequados desde a infância. Além disso, a necessidade de ampliar o acesso a profissionais especializados, terapias e serviços de saúde específicos para pessoas autistas foi destacada como uma demanda urgente. O evento proporcionou um espaço de troca de conhecimentos, experiências e boas práticas, fortalecendo a rede de apoio e conscientização em relação ao autismo.
Com o término do 1º Simpósio de Direitos da Pessoa Autista, espera-se que as discussões e as propostas apresentadas sirvam como ponto de partida para mudanças efetivas na sociedade. A mobilização de profissionais, pais e mães atípicos e autoridades jurídicas demonstra a crescente conscientização sobre a importância da inclusão e do respeito aos direitos das pessoas autistas, impulsionando um futuro mais justo e igualitário para todos.
CARTA DE INTENÇÕES – Ao final do evento, foi elaborada uma carta de intenções que será enviada às autoridades políticas e jurídicas, visando reforçar a importância da implementação de políticas públicas efetivas para a inclusão e proteção dos direitos das pessoas autistas.
A carta destaca a necessidade de investimentos na capacitação e qualificação dos educadores em todas as etapas da formação educacional, ampliação do acesso à saúde e ao diagnóstico precoce, adaptação de ambientes educacionais, além de garantias jurídicas que assegurem a igualdade de oportunidades para todos. A carta ainda inclui um indicativo de que nos próximos simpósios ocorra, de modo paralelo, um fórum econômico e social para discutir políticas sociais abrangentes junto com a sociedade civil organizada.
Durante o encerramento do simpósio, o professor Delson Xavier, coordenador-geral do evento, enfatizou a importância da união de esforços de diversos setores da sociedade para promover uma verdadeira transformação no modo como as pessoas autistas são tratadas e incluídas. “Precisamos avançar além da conscientização e da mera aceitação. Devemos garantir que cada pessoa autista tenha seus direitos respeitados “, destacou o docente da Unir.
Delson Xavier, ainda expressou sua satisfação com os resultados alcançados e enfatizou que, apesar dos desafios ainda existentes, o evento representou um marco importante na luta pelos direitos das pessoas autistas. “Há uma necessidade efetiva de dar continuidade a esse trabalho conjunto. A ideia é que esse evento, daqui por diante, seja realizado, ao menos, duas vezes por ano”, destacou.